Os custos de ignorar a transformação digital nos museus

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transformação digital nos museus

A transformação digital nos museus não é uma tendência, mas sim uma necessidade considerando o mundo cada vez mais evoluído tecnologicamente no qual vivemos. Ignorar esta realidade pode acarretar sérias consequências para instituições culturais, comprometendo a sua relevância, sustentabilidade e até capacidade de atrair visitantes aos seus espaços. Assim, ao longo deste artigo, exploramos os principais custos associados à falta de investimento no setor digital, em especial nos museus.

Perda de relevância e alcance limitado

As gerações mais jovens anseiam por experiências mais interativas e personalizadas, tendo em conta o meio tecnológico em que cresceram. Um museu que não investe em soluções digitais, tais como realidade aumentada, apps interativas ou áudio-guias digitais, corre o risco de se tornar obsoleto. A falta de presença digital também limita o alcance global de espaços culturais, isto é, a capacidade de um museu se conectar e atrair um público internacional através de meios digitais, impedindo-os de atrair novos visitantes ou mesmo de se conectar com um público mais amplo através das redes sociais e plataformas online.

Redução de receitas e oportunidades perdidas

Há várias oportunidades que os museus e espaços culturais podem aproveitar, de modo a diversificar as suas fontes de receita. Museus e instituições culturais podem e devem explorar diversas oportunidades e opções, como a venda de bilhetes online, a criação de experiências exclusivas para visitantes e a oferta de merchandising. Sem este tipo de ferramentas, os museus dependem exclusivamente do lucro das visitas ou de apoios governamentais, tornando-se financeiramente vulneráveis. Assim, na ausência destas soluções digitais, as instituições museológicas ficam frequentemente limitadas às receitas provenientes dos bilhetes físicos e dos apoios governamentais, o que aumenta significativamente a sua fragilidade financeira.

Falta de eficiência operacional

Processos administrativos e gestão de coleções, exposições, etc, podem ser otimizados através da tecnologia. A implementação de soluções digitais como sistemas de gestão de inventário ou ferramentas baseadas em Inteligência Artificial é recomendada e muito útil em vários casos. A não adesão a estas tecnologias significa, por vezes, mais burocracia, erros por parte da equipa técnica e dificuldades na conservação do património cultural.

Dificuldade em acompanhar a evolução do setor

O setor do turismo e cultura está a transformar-se rapidamente. Tecnologias emergentes, tais como realidade aumentada, realidade virtual, guias interativos e aplicações móveis, estão a redefinir a forma como as instituições apresentam o património. Logo, espaços que ignoram estas mudanças, podem perder a oportunidade de se manterem competitivos e de oferecerem novas experiências aos turistas.

Conclusão

Devemos ver a transformação digital nos museus e no setor da cultura e do turismo em geral como um luxo, mas como um investimento essencial para garantir sua sobrevivência e crescimento. Assim, a adoção e implementação de tecnologias inovadoras melhora a experiência dos visitantes, garante novas fontes de receita e torna a gestão do local mais eficiente. Instituições que resistem a estes avanços correm o risco de se tornarem irrelevantes num mundo onde a tecnologia define a forma como consumimos cultura.