Dizem que uma imagem vale mil palavras. Mas como chegar ao contexto e histórias escondidas por trás das coleções de um museu? Ou das características arquitetónicas de um monumento? Desde há algumas décadas que os áudio-guias vieram melhorar a experiência do visitante quando este sai e vai conhecer novos sítios. Seja num museu, num monumento, ou mesmo numa cidade. Começaram com sistema de cassetes, e, mais recentemente, acompanhando as tendências da digitalização, este tipo de equipamentos está a transformar-se com os guias digitais. Mas afinal, o que é distingue um áudio-guia convencional de um guia digital?
Vamos aos detalhes
Ao longo dos anos, muitos museus adotaram o áudio-guia convencional. No entanto, com a evolução do tempo, observamos uma maior adoção dos sistemas digitais. Assim sendo, a mudança de paradigma é fácil de entender. Os sistemas digitais oferecem todas as funcionalidades dos áudio guias convencionais e acrescentam novas características que tornam a experiência de visita mais interativa e acessivel.
Conteúdos como vídeos, recriações tridimensionais, realidade aumentada, ou conteúdos direcionados a certos segmentos de públicos (por exemplo, para crianças) abrem portas para dar a conhecer os espaços culturais de uma forma que há alguns anos atrás não seria possível de imaginar. Estes sistemas permitem ao visitante fazer uso do seu próprio smartphone, eliminando as filas para levantar e entregar áudio-guias, as dores de cabeça com equipamentos danificados ou perdidos, e os momentos embaraçosos com equipamos mal higienizados.
A nova geração faz uso de tecnologias como a inteligência artificial para reconhecer pontos de interesse com um simples apontar da câmara do telemóvel, sem necessidade de colar QR codes nas paredes ou usar dispositivos electrónicos. Assim sendo, é possível também ter modos de alta acessibilidade. Seja para pessoas com deficiência auditiva ou deficiência visual, de forma a tornar as visitas mais inclusivas. Em alguns casos, como no caso do sistema da zoomguide, todas estas funcionalidades estão disponíveis sem sequer ser necessário fazer o download ou instalação de uma aplicação. Assim, na perspetiva do visitante, a facilidade de uso, a rapidez e a acessibilidade são pontos-chave para uma boa experiência – características conseguidas pela nova geração destes sistemas.
Opinião
Um bom áudio-guia têm dois factores-chave: storytelling e usabilidade.
O primeiro existe há já algum tempo, o último é o ingrediente que faz com que a nova geração destes sistemas atinja um nível totalmente novo.
– Afonso Cunha
As vantagens abrangem também as instituições culturais e as entidades gestoras, seja num museu ou numa cidade. Os sistemas digitais são adaptáveis. Permitindo assim às equipas gestoras e aos curadores acrescentar e modificar conteúdos e experiências interativas a qualquer momento e de forma extremamente simples. Permitindo assim que a experiência digital acompanhe a evolução da experiência física.
Os áudio-guias, ora na vertente convencional ora na vertente digital, são uma ferramenta importante para ajudar o público a melhor compreender aquilo que estão a ver. O que faz parte do kit de visita de milhares de pessoas há várias décadas. Tal como a passagem dos sistemas de cassetes para os “atuais” (convencionais) áudio-guias, a transformação digital continua a decorrer. Com ela uma nova geração de sistemas guia está a surgir, com um vasto leque de possibilidades e um enorme potencial para tornar a experiência de visita cada vez melhor!