A acessibilidade na cultura é, cada vez mais, vista como uma prioridade para museus, cidades e espaços culturais em geral. No entanto, quando se fala em acessibilidade não é comum incluírem-se as crianças. Assim, é essencial que comece a ser feita essa inclusão ao adaptarem-se textos e conteúdos para os mais novos, de modo a permitir a sua participação e envolvimento na experiência cultural.
Mas o que significa adaptar conteúdos para crianças?
Adaptar não é apenas simplificar. Trata-se de transformar conteúdos de forma a torná-los compreensíveis, interessantes e adequados às diferentes faixas etárias. Isto implica considerar o nível de leitura, o vocabulário apropriado ao universo infantil, a estrutura do texto e a forma como a informação é apresentada.
Na Zoomguide, por exemplo, são desenvolvidos conteúdos específicos para crianças, que incluem textos curtos e objetivos, perguntas interativas, imagens ilustrativas, obras ajustadas e versões com audiodescrição adaptada. Estes recursos são pensados para promover a autonomia e o envolvimento das crianças durante a visita.
Promover a participação ativa
Quando uma criança consegue compreender o que está a ver, sente-se verdadeiramente bem-vinda e torna-se uma participante ativa. Assim, a criança deixa de ser apenas a acompanhante e passa a envolver-se com as exposições e as obras em si. Isto enriquece a experiência de toda a família ou grupo escolar, já que fortalece a relação das crianças com a cultura desde cedo.
A acessibilidade na cultura deve estar disponível desde a infância, ajudando assim a criar hábitos de visita desde cedo e contribuindo para a visita destes espaços culturais ao longo da vida, já que os mesmos remetem para boas memórias. Adaptar conteúdos neste sentido é um passo fundamental em direção a esse objetivo.
Incluir todas as crianças
A acessibilidade neste contexto também passa por reconhecer que nem todas as crianças têm as mesmas capacidades de leitura ou compreensão. Algumas podem ter dificuldades cognitivas ou simplesmente estilos de aprendizagem diferentes.
Ao disponibilizar conteúdos adaptados em diferentes formatos, como por exemplo formatos visuais, narrados ou interativos, os espaços culturais tornam-se mais inclusivos e preparados para acolher todos os visitantes, independentemente das suas necessidades específicas.
Um investimento com impacto
Para além de ser uma questão de responsabilidade social, adaptar textos para crianças é também uma estratégia eficaz para atrair novos públicos, incluindo famílias. Desta forma, facilita-se o posicionamento das instituições como acessíveis, inovadoras e comprometidas com a inclusão.
Integrar práticas de acessibilidade pode e deve começar pelos conteúdos disponíveis no local. Assim, os espaços culturais constroem uma relação mais próxima com os seus visitantes e reforçam o seu papel educativo e social.
Conclusão
A acessibilidade na cultura inclui a linguagem. Textos adaptados a crianças são fundamentais para que os mais novos possam compreender, participar e apreciar aquilo que veem. Tornar os conteúdos acessíveis é garantir que todos, independentemente da idade, têm direito e acesso à cultura. Hoje, estes detalhes fazem toda a diferença.